Wallon

Wallon é considerado o psicólogo da infância.1879- 1962
Considerado o pai da Psicopedagogia.

Médico, neurologista, dizia que o afetivo é quem determina o sujeito, não o orgânico.
Wallon visitou o Brasil em 1935, até 1982 não citava-se Wallon nos estudos do desenvolvimento.
Para este autor é impossível trabalhar Psicologia sem Pedagogia, enfatizava que a ciência se constrói.
Dizia que a linguagem é que faz o homem inteligente, e é ela que nos faz humanos.

Ele diz que quem foi mutilado, mutila; quem foi pisado, pisa.
Falta espaço terapêutico para os professores, para Wallon o orgânico não dá conta de tudo, há de haver emoção.

EU Corpo   e EU Psiquíco
Muitas vezes a doença do corpo vem da doença da alma.

EU Corpo  +  EU Psiquíco = Outro
O outro, quando vejo o outro também me vejo

Sobre esta relação EU , no livro Eu e Tu, explica.
Buber (2001) inicia a Primeira Parte de sua obra destrinchando a respeito das palavras-princípio Eu-Tu e Eu-Isso.
Enfatiza que o mundo é dual para o homem (EU-TU ou EU-ISSO) e que seu modo de existir no mundo vai depender da palavra que proferir. Ressalta também, que não existe o Eu por si mesmo, mas, o Eu das palavras-princípio EuTu e Eu-Isso.
Quanto à palavra-princípio Eu-Tu, Buber deixa claro que ela só pode ser proferida pelo ser em sua totalidade, visto que, ao falar de Eu-Tu, diz-se respeito ao mundo da relação, trata-se de uma relação que é imediata, onde se há uma reciprocidade e uma dialogicidade.
A palavra-princípio Eu-Tu é um ato essencial do homem, um encontro entre parceiros, o contemplar do “face-a-face”, é a ontologia do homem.
Quando se fala Eu-Isso, trata-se do mundo da experiência, do conhecimento, é o distanciamento do Tu, pois, quando se apropria de algo para a constituição de saberes, o Eu não se faz presente em uma relação, mas, em uma experimentação.
Todavia, Buber esclarece que a palavra-princípio Eu-Isso não é de toda ruim, já que o homem precisa proferir ela para conhecer o mundo, porém, torna-se um mal ao se deixar viver só pelo Isso.

De acordo com Martin Buber), o mundo da relação EU-TU difunde-se em três esferas, sendo elas: a vida com a natureza, em que, mesmo que a natureza não emita uma resposta, o seu Eu está em relação com a natureza, isto é, a natureza se torna um Tu para o homem; a vida com os homens, a qual se constitui como uma relação recíproca onde “[...] Meu Tu atua sobre mim assim como eu atuo sobre ele [...]” (BUBER, 2001, p. 62); e, por conseguinte, a vida com os seres espirituais, em que se aprimora o Tu eterno, no qual recebe uma maior atenção na Segunda e Terceira Parte da obra “Eu e Tu”.
 Na Segunda Parte do livro “Eu e Tu”, Martin Buber discorre a respeito da “história do indivíduo e a história do gênero humano”. Aqui, destaca que as civilizações vêm manifestando um crescimento abundante do mundo do Isso, onde busca-se cada vez mais os conhecimentos da natureza o que, por sua vez, implica na ampliação das diferenças sociais e da técnica. Para Buber (2001, p. 76), a expansão do mundo do Isso se torna um obstáculo, visto que, “[...] se desenvolve no homem frequentemente, em detrimento de sua força-derelação, único poder, aliás, que lhe permite viver no Espírito”. Desta forma, quanto mais o homem busca respostas aos fenômenos existentes, mas ele reduz o Tu a um objeto, ou seja, a um Isso, já que o espírito se faz presente no silêncio das respostas, e é neste silêncio que o homem se torna capaz de liberar o que está relacionado entre ele e o mundo.

Edgar Morin, confirma este pensar e reforça que EU só  sou Eu por causa do Tu e Tu só és Tu por causa  do Eu.
Todo psicopedagogo tem dificuldades em relação a aprendizagem.

Jerusalinsky, diz que analisou uma única pessoa em toda sua vida, ele próprio, que é "ouvinte" de outros em seu divã.

Para Wallon ,até os 14 anos disciplinamos o sujeito, há de se trabalhar o triângulo.
Não se nasce com qualidades se criam qualidades, nos humanizamos.

Estágios de Wallon
Estágio Impulsório e Emocional
A criança é totalmente dependente, é imperita, depende totalmente do outro, é importantíssimo o toque para referenciá-la a ser sujeito.

Estágio Sensório motor e Projetivo
A criança absorve tudo, como uma esponja, do 1º ao 3º ano de vida, é o período em que mais absorve, porém aprendemos toda a vida (plasticidade)
O ser humano, tem plasticidade cerebral, o cérebro, neurônios se reconstroem, para este reconstruir entra o lúdico, o material concreto, o brincar, enquanto brinca a criança faz de conta, imagina, inverte papeis, faz de conta que é outra pessoa, é capaz de representar até três personagens ao mesmo tempo.
Para desenvolver a linguagem é importantíssimo o brincar.
Quando duas crianças brincam, observe o que falam, do que brincam, ao escolher os objetos e falam, formulam regras, categorias, tornam-se protagonistas.
A base da Psicopedagogia fundamenta-se neste contexto.
A criança  que não desenvolve o simbólico não aprende a ler, escrever e calcular.
A simbolização e o brincar andam juntos. No brincar trabalha-se toda expressão corporal e entra no corpo do outro, incorpora o outro, pode ser a mãe, a professora e quando finge ser o outro, coloca para fora tudo o que não gosta do outro, sai de seu espaço para elaborar a angustia.

Estágio do Personalismo
Dos 03 aos 06 anos
Onde cria-se a personalidade da criança, começa o egocentrismo.
Quando conversamos com a criança devemos questioná-la para saber seus conceitos prévios. Às vezes o que para mim é óbvio para ela não é.
O conceito que muitas vezes a criança trás é diferente do nosso.
Um problema nunca nasce isoladamente, ele nasce de uma trama de muitas facetas, na família, reforçado na escola, amigos...

Estágio categorial
A criança faz categorias em sua vida, separa o que gosta e o que não lhe agrada desde roupas até pessoas, pode apresentar resistência as suas vontades, como os livros, lê o que gosta, não os indicados.
Período dos 06 aos 10 anos.

Estágio da Adolescência
A fase da turbulência do sujeito, desacomoda todas as fases anteriores. Quando as fases anteriores forem bem desenvolvidas, mesmo assim desencadeia conflitos.


Referências:
Ricardo Rodulfo - O brincar e o significante,1990, Artes Médicas
Estaban Levin: A Infância em cena, 1998, Vozes
Estaban Levin: A Clínica Psicomotora, 2004, Vozes
Coleção Rubem Alves : A Selva e o mar
O Pássaro engaiolado
O Ganso
http://www.psicologia.pt/artigos/textos/A0922.pdf
http://www.portalseppmt.com.br/wp-content/uploads/2017/02/PSICOLOGIA-DA-GRAVIDEZ.pdf

file:///C:/Users/Note/Downloads/4931-15427-1-SM.pdf
BUBER, Martin. Eu e Tu. Tradução do alemão, introdução e notas por Newton Aquiles Von Zuben. 10. ed. São Paulo: Centauro, 2001. 170 p.

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