Funções Parentais

Função Materna

A função materna, não é necessariamente a mãe biológica, mas quem cuida o bebê, algumas vezes quem desenvolve esta função é avó, o pai, o cuidador, depende o caso.

No choro do bebê inaugura-se a linguagem.


Choro é um significante, tem sentido, é uma forma de comunicação onde o bebê expressa o que está sentindo.

No chor o bebê expressa suas vontades, desejos. O bebê é totalmente dependente do outro.

A mãe significa este chorar; tá com fome, tem sede, que passear...

A mãe também recobre o sentido real, por exemplo o  cocô do bebê, para ela não existe nojo.

O movimento da pessoa que exerce a função materna é que nos inaugura na ordem do simbólico, muitas crianças com problemas de aprendizagem o problema nasceu aí.

Thelma Pontes Borges diz que ao se considerar a função materna   da educação, discutimos também como  o ato educativo se desenvolve, não apenas como como ação, mas como habilidade e competência e estrutura para experiências  primordiais, desta forma, justifica-se que Educação é resultado da função materna e o ato educativo é derivado desta função. 

A teoria psicanalítica diz que somente existe educação se houver alguém que inscreva na vida do bebê, um representante da função materna.
Alguém que imponha ao corpo da criança uma ordem, uma regulação em termos de ritmos,movimentos, manifestações que interprete este corpo.

Kupfer (1998) diz que a contribuição de sentidos, com suposições de que ali existe um sujeito, é a responsável pelo recorte e montagem daquele pedaço de carne em fazer-se sujeito.

Simbólico é uma substituição do objeto existente pela palavra é significar coisas através da palavra. Precisa-se de alguém que nos inaugure no simbólico, a função materna é quem mostra a vida!

A relação mãe e filho complementa-se.

Para Freud ( 1968), o complexo de Édipo é modular para aa, de inicio Édipo se centra na criança, como um ser constituído em sua sexualidade, apoiada biologicamente e tendo os pais como objeto.

Em Psicologia das Massas - Freud (1921-1968) coloca essa orientação sexual complexo de Édipo com as suas identificações, a sexualidade deixa de ser natural para ser algo que o sujeito deve assumir num processo identificatório, podendo mesmo ocorrer em direção diferente daquela que a biologia determina.

Para Freud o supereu é herdeiro do complexo de Édipo.
O ego e o id - demonstram como se forma o caráter do sujeito, assim para Freud, o Édipo não apenas constitui o inconsciente, e surge integrando a estrutura do sujeito, dando conta da passagem do biológico para o conhecer, e da constituição do aparelho psíquico e seu funcionamento.

Freud diz que Édipo é diferente para a mulher em relação ao homem e converterá a castração como centro do complexo de Édipo.
Analisando o termo " pré - edipiano" onde Freud relaciona bebê e sua mãe, aproximamos os estudos de Lacan, quando este apresenta a ligação criança e o primeiro Outro, o Outro materno, ainda não desdobrado, mas simbiótico com a criança.

Lacan em seu seminário em 1957-1958, ressaltou que a fundamentação do complexo de Édipo na linguagem, argumentou que as formações do inconsciente para a sua formação ocorre em três etapas: 1ª tempo de Édipo, com sua configuração - MÃE e FILHO

Na relação entre eles, de um lado há o filho que deseja ser tudo para a mãe, deseja ser o objeto de desejo da  mãe. Seu desejo é o desejo do outro no duplo sentido, ser desejado pelo outro e tomar o outro como se fosse ele próprio, o que determina esta situação não é a dependência vital, mas a dependência do amor.

O filho quer ser aquilo que faz a mãe ser feliz. Do outro lado existe a mãe que busca sua completude narcísica ao ter um filho. Nesta relação aparece um terceiro elemento, o falo, entendido como significante da falta.

Para Lacan, para o filho na relação com sua mãe, ela é o outro, a mãe significa a linguagem, as palavras que dizem suas necessidades, o filho lê as respostas de suas necessidades pela mãe: " tá com frio?" " tens sede?" Quer colo?".

O que complementa estudos de Freud, no que este denomina de auto-suficiência narcisista ao desejo do objeto, o objeto se apoiaria na satisfação das necessidades biológicas, Freud afirma que é o desejo que cria o objeto interno.

Quando uma criança brinca de faz de conta, ela faz substituições, uma criança que sofre com o corte dos pais, às vezes pode não estar preparada para o corte. As funções parentais podem ser desenvolvidas por outros.

Neuro Motor - Problema neurológico, "equipamento"
Psico Motor - Transtorno que não tem relação com o neurológico, está relacionado ao "funcionamento"
Funcionamento, acontece quando existe um prazer que origina-se na falta que provoca o desejo.
Neuro Psico Motor - Neurológico do equipamento falho, mas as marcas da família ao referí-lo faz com que aconteçam mais transtornos.


Às vezes o subjetivo está tão enrolado que enubla o cognitivo.
Quando não marca-se existe falhas, mas o desejo faz com que a doença ou falha fique em segundo lugar - secundariza.

Havendo resinificado sua deficiência, seus traumas são superados, deseja-se estar numa posição desejante.
Os parentais é dão este significado, esta posição para o membro da família.


Referências:
BORGES, T. P. Considerações sobre o autismo infantil. In: Mental: revista de saúde mental
e subjetividade da UNIPAC. v. 4, n.7 ,nov. 2006. Barbacena: UNIPAC, 2003.

KUPFER, M. C. Violência da educação ou educação violenta? In: LEVISKY, D. L.
Adolescência pelos caminhos da violência. São Paulo: Casa do Psicólogo,
1998.
______. Educação para o futuro. Psicanálise e educação. São Paulo: Escuta, 2000.

LACAN, J. (1983). O Seminário 1: Os Escritos Técnicos de Freud 1953-1954. (B.Milan, Trad.) Rio de Janeiro: Jorge Zahar

FREUD, S. [1905] Três ensaios sobre a teoria da sexualidade. Obras Psicológicas
Completas. Rio de Janeiro: Imago, 1980, v. VII.
______. [1930]. O mal – estar na civilização. Obras Psicológicas Completas. Rio de

Janeiro: Imago, 1980, v. XXI














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