Maturação Nervosa

Maturação nervosa quando a criança já tem mielina nos axônios, diz-se que está madura, a criança faz o que o cérebro permite.

Segundo Romanelli (2003), a noção de maturação nervosa é uma das mais fundamentais para se explicar o processo de aprendizagem. Os psicólogos acreditam que os comportamentos não podem ser externados até que seu mecanismo neural tenha se desenvolvido (Kolb e Whishaw, 2002).

O conhecimento da célula nervosa é essencial para entender o funcionamento do sistema nervoso e seus processos maturacionais, pois os neurônios são dotados de extensa plasticidade e adaptabilidade, o que lhes permite serem os grandes responsáveis pelos sistemas de informação e comunicação dos seres vivos. Os neurônios são compostos por 3 partes: dendritos, axônio e corpo celular. Quando o corpo celular envia uma mensagem, cabe ao axônio conduzi-la até o dendrito do próximo neurônio para fazer a sinapse. Para que o axônio consiga transmitir a mensagem ele precisa estar maduro. Torna-se maduro quando é envolvida por uma camada de gordura e proteína denominada mielina. O processo de mielinização acontece no tempo, de modo que diferentes neurônios se mielinizam em épocas distintas do desenvolvimento do organismo. Esse fato fornece embasamento para a compreensão das teorias que descrevem as fases evolutivas da criança, como os estágios de Jean Piaget.

Segundo Romanelli, a criança só faz o que o cérebro permite, e quando não aprende é porque falta maturação nervosa.

O sistema nervoso é o primeiro a aparecer embriologicamente. 
Na terceira semana após a concepção, correspondendo à quinta semana de gestação aparece à placa neural. 
Ocorrem divisões sucessivas e formam­-se três folhetos embrionários, endoderma, mesoderma e ectoderma.
 O sistema nervoso vai se originar do folheto externo (ectoderma) juntamente com a pele. 
Neste processo ocorrem vários eventos biológicos como a migração de neurônios, mielinização de axônios, a poda neuronal fisiológica que reduz o número de neurônios e sinapses, e o crescimento rápido do cérebro no primeiro ano de vida.
 Existem no cérebro humano aproximadamente cem bilhões de neurônios (unidade básica que processa a informação no cérebro) e, cada um destes pode se conectar a milhares de outros, fazendo com que os sinais de informação fluam maciçamente em várias direções simultaneamente, as chamadas conexões neurais ou sinapses (BEAR, CONNORS, PARADISO, 2002, p. 704).
 As sinapses ocorrem no contato das terminações nervosas (axônios) com os dendritos.
 O contato físico não existe realmente, pois as estruturas estão próximas, mas há um espaço entre elas (fenda sináptica). Dos axônios são libertadas substâncias (neurotransmissores), que atravessam a fenda e estimulam receptores nos dendritos e assim transmitem o impulso nervoso de um neurônio para o outro.
 Os axônios são recobertos por mielina (mielinização), uma membrana formada de proteínas e lipídeos formando uma camada isolante, como um fio encapado. 
Os axônios mielinizados vão transmitir as informações com maior velocidade e precisão, este processo inicia­-se na vida intra-­uterina e prolonga­-se até cerca de 6 anos de idade, representando grande parte do desenvolvimento humano como aquisição de controle voluntário do movimento. 
No adulto existe este processo com menor intensidade. 
 Quando um grupo de neurônios se modifica, ocorre à modificação em uma área, um lobo e chamamos isso de plasticidade cerebral.
 O aprendizado significa uma modificação do neurônio que cria prolongamentos ou sinapses novas
Ao conjunto de processos adaptativos do sistema nervoso como um todo chamamos de Neuroplasticidade.
 Os movimentos podem ser identificados conforme seu nível de controle pelo sistema nervoso.
 O movimento reflexo é controlado em nível medular são movimentos antigos, rápidos e sempre vão ocorrer do mesmo modo. 
O movimento automático é controlado ao nível do tronco encefálico. 
Várias outras estruturas podem participar da realização deste tipo de movimento.
 São movimentos que depois de iniciados pela vontade, tornam­-se automáticos como a marcha, o andar de bicicleta. 
O movimento voluntário é controlado pelo córtex frontal, são movimentos conscientes onde existe uma representação das estruturas na área motora conforme sua utilização

neuroplasticidade, a organização sensório-motora do sistema nervoso.

Referências
https://www.efdeportes.com/efd78/motor.htm
ROMANELLI, E.J. Neuropsicologia aplicada aos distúrbios de aprendizagem: "Prevenção e Terapia". Temas em Educação II - Jornadas 2003, 2003.

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