Cérebro Trino

O neurocientista Paul D. MacLean , desenvolveu a  Teoria do Cérebro Trino  nos anos 1970  e apresentou em 1990 no seu livro “The Triune Brain in Evolution: Role in Paleocerebral Functions”.

MacLean argumenta a hipótese de que nós, humanos e primatas, temos o cérebro dividido em 3 unidades funcionais distintas. 
Cada uma dessas unidades representa um extrato evolutivo do Sistema Nervoso dos Vertebrados.

Segundo a teoria de MacLean, o cérebro humano seria composto por três sistemas interdependentes, porém distintos. A teoria expõe que os seres humanos têm o cérebro divido em três unidades diferentes.
 Essas unidades se desenvolvem em diferentes momentos do nosso ciclo evolutivo, por isso diz-se que foram criadas de baixo para cima.
Quer dizer, a parte mais antiga e primitiva do cérebro se desenvolve ainda no útero, enquanto o cérebro emocional se organiza nos primeiros seis anos de vida, e o córtex pré-frontal se desenvolve mais adiante.

Partes do cérebro trino
O cérebro reptiliano  é conhecido como o antigo cérebro animal. 
Também conhecido como Arquencéfalo, responsável por comportamentos instintivos ( sexo, vigília, fome, agressividade, fome, medo) Descontroles podem ocasionar transtornos como Bulimia.
Fica localizado no tronco cerebral, exatamente acima do local em que a medula espinhal acessa o crânio. 
É a parte mais primitiva do ser humano e inicia seu desenvolvimento ainda no útero, por isso é responsável por tudo que os recém-nascidos podem fazer (respirar, comer, dormir, acordar, chorar, urinar, defecar…).
O tronco cerebral, juntamente com o hipotálamo, controla os níveis de energia do organismo, conhecida como “homeostase”, um termo que se refere à manutenção da estabilidade, do equilíbrio interno do corpo. 
As reações neurovegerativas, refere-se à parte do sistema nervoso responsável pelo controle das principais funções da vida vegetativa, involuntárias, como a circulação do sangue, a respiração, a digestão etc.: distúrbio neurovegetativo
As reações neurovegetativas são de manter a homeostase; Respostas apropriadas e coordenadas a estímulos externos; Sincronização das atividade metabólicas com o ritmo circadiano.
As funções que o cérebro reptiliano controla são fundamentais, apesar de sua importância por vezes ser relegada a um segundo plano quando nos limitamos a pensar em funções mais avançadas da nossa mente, como o pensamento abstrato.
Uma série de problemas psicológicos estão relacionados às dificuldades nestas funções básicas pelas quais o cérebro reptiliano é o responsável. Por exemplo, em qualquer tratamento de trauma deve-se levar em conta todo o desequilíbrio sofrido pelo organismo.

O cérebro emocional ou límbico está localizado exatamente acima do cérebro reptiliano, no centro do Sistema Nervoso Central (SNC), e começa a se desenvolver desde o nascimento do bebê. 
Também conhecido como Paleoencéfalo, responsável pelos comportamentos afetivos, sentimentos, emoções, desejos.
Em função da experiência, da composição genética e do temperamento inato da criança, esse cérebro emocional ou sistema límbico se forma.
Alguns autores chamam de cérebro emocional o conjunto formado pelo cérebro reptiliano e pelo sistema límbico. É o centro de todas as emoções, o monitor do perigo, o juiz do bem-estar, o árbitro da sobrevivência…
As emoções intensas ativam o sistema límbico, especificamente na região da amígdala. 
A amígdala tem a função de nos avisar dos perigos (centro do medo) e colocar em marcha diferentes respostas: ela desencadeia uma cascata de hormônios do estresse, por exemplo: Desencadeia impulsos nervosos, elevação do ritmo cardíaco, aumento de consumo de oxigênio,prepara o corpo para lutar ou  escapar de alguma situação.

Gray demonstrou, em suas pesquisas com animais, que quanto menor é o nível de serotonina, maior é a hiperatividade aos estímulos estressantes e vice-versa. Por exemplo, nos macacos machos observou-se como a posição hierárquica de domínio influía nos níveis de serotonina.
Algumas pessoas que enfrentaram situações traumáticas registraram a ameaça, porém, sua mente consciente continuou como se nada tivesse ocorrido. 
Apesar de a mente poder aprender a ignorar as mensagens do cérebro emocional, os sinais de alarme do corpo não param e o cérebro emocional continua funcionando.
As duas partes do cérebro trino (reptiliano e emocional) evolutivamente mais antigas se encarregam de registrar as vivências, de administrar nossa fisiologia e da identificação (conforto, segurança, ameaça, fome, cansaço, desejo, vontade, iniciativa, prazer, dor…).

O cérebro racional é a parte mais jovem de nosso cérebro trino, o cérebro racional, também conhecido como neocórtex ou Neoencéfalo, responsável pelo comportamento cognitivo
É o que mais nos diferencia do restante dos animais. 
No cérebro racional  localiza-se o córtex pré-frontal, que é o encarregado do planejamento, antecipação, percepção de tempo e de contexto, inibição de ações inadequadas, compreensão empática.
Os lobos frontais fazem parte do cérebro racional e equilibram o limite entre os impulsos e o comportamento aceitável para uma determinada situação. 
O bom funcionamento dos lobos frontais é crucial para as seguintes funções: Manter relações harmônicas entre os seres humanos, evitar prejuízos a si própria, aos outros seres e meio ambiente, questões de cidadania, além de regular impulsos: fome, sexo, tristeza.

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Referencias bibliográficas:
Roger Sperry- Van der Kolk, B. A. (1994). The body keeps the score: Memory and the evolving psychobiology of posttraumatic stress. Harvard review of psychiatry, 1(5), 253-265

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