O recém nascido é totalmente dependente do outro, sem o outro não sobrevive.
Antes de nascer somos desenhados no imaginário de nossos pais, de quem desenvolve
a função materna e ao nascer somo significados através da palavra, gestos, olhares.
Somos sujeitos formados no imaginário e com significados que nos formam.
Imaginário e significantes armam redes.
O sujeito conforme Pêcheux, é preso na rede de significantes - nomes comuns, nomes
próprios, efeitos de shifting, trata-se de um processo que funciona como ponto de
ancoragem para o sujeito, de maneira firme, que o apóia e que ao mesmo tempo é passível de engano, podendo apresentar falhas.
O sujeito está sempre inserido nesta rede de significantes que o antecede, o que na psicanálise lacaniana, significa estar no campo do outro.
Lacan diferenciava o "outro imaginário" do Outro, que também é denominado de simbólico.
Para Lacan tanto o imaginário quanto o real e o simbólico são dimensões inscritas no significante.
Quando nasce um bebê a abrigamos na rede.
O adulto antecipa o que espera que a criança faça, o desenvolvimento não é automático, a criança vai
desenvolvendo-se conforme a expectativa dos pais. É a posição desejante do outro.
Lacan, chama a tenção ao psicanalista sobre a importância de atentar para o nome próprio do sujeito.
"Vocês sabem, como analistas, a importância que tem em toda a análise, o nome próprio do sujeito.
Vocês tem sempre que prestar atenção em como se chama seu paciente. Nunca é indiferente"
( LACAN, 1966).
Ao nascer todo sujeito recebe um nome, "seu nome" O nome próprio que o identifica, o nome que é o primeiro indício de ser sujeito.
Lacan diz " o nome é o próprio significante"
Significante para Lacan é mais do que significado por fazer parte do sujeito, é o entrelaçamento entre o imaginário , "o que alguém imaginou para este sujeito a que nomeou" .
Lacan trata da identificação, que é a relação que estabelecemos com o outro - Para Freud esta identificação é a expressão de um laço emocional com o outro.
A criança não nasce pronta, o adulto é o paradigma para a criança, ela vai para onde os imaginários e significados a levam.
Quando se aprende algo e quando se faz, aprendemos o que somos capaz de realizar.
Referências:
LACAN, J. O Seminário, livro 1: Os escritos técnicos de Freud. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar editor, 1996.
LACAN, J. Subversão do sujeito e dialética do desejo no inconsciente freudiano. In _ escritos
(1966). Rio de Janeiro: Jorge Zahar editor, 1998.
FREUD,S. Psicologia de grupo e análise de ego. Obras psicológicas completas ( 1921). Rio de Janeiro:Imago Editora, 1980.
PÊCHEUX, M. Semântica e discurso: Uma crítica à afirmação do óbvio. Campinas:
UNICAMP, 1988.
Nenhum comentário:
Postar um comentário